segunda-feira, 4 de junho de 2012

A famosa caracolada.

São várias as opiniões em relação a este petisco. De uma coisa estou certo ou se gosta ou nunca se provou. Fazendo a analogia entre a caracolada e a politica diria que ou somos de extrema esquerda ou extrema direita. Os de centro não existem na caracolada. Na caracolada não há lugar a indecisões, abstenções ou votos nulos. Com o pires á frente ou se come ou se fica a olhar com ar enojado enquanto os do outro extremo gozam de uma felicidade quase inexplicável.

Aos que nunca provaram resta-me agradecer e deixar o seguinte desabafo.
-Mais fica.

 Dentro dos que gostam. Temos várias classes. Vou descrever apenas uma, a dos lambuzados, todas as outras derivam desta. Não merecem referência neste blog.
 A original classe dos lambuzados. Aquela em que se recusam a usar o maravilhoso palito para retirar o animal da casca. Chupam diretamente da casca, o molho vai escorrendo pelo queixo e pelas mãos, até chegar ao cotovelo onde é parado pela toalha de papel já desfeita de tanta bodeguice.  Dentro dos lambuzados que chupam o caracol diretamente da casca ainda temos os que apesar de todo o rasto de destruição que deixam à sua volta ainda tentam manter o nível e chupar com alguma elegância e sem barulho. De salientar que o verdadeiro lambuzado chupa com barulho que se deve fazer ouvir em todo o estabelecimento. Em relação à bodeguice esta para ser original não se deve ficar pela sua mesa mas deve incomodar quem está nas mesas ao lado.

Para acompanhar este petisco não são aceites águas, refrigerantes, bebidas compostas elaboradas, cocktails com ou sem álcool … mas sim cerveja. Seja ela branca, preta, de pressão traçada com gasosa…, ao gosto de cada um. Nestes casos sempre que possível esta deve ser bebida diretamente pela garrafa.
Não me enquadro nesta classe de comedores de caracolada, mas dentro de uma derivada dos lambuzados tenho enorme prazer em partilhar este petisco com amigos ou família. Quebra qualquer laço mais formal. Resta-me sugerir à nossa classe politica que se façam acompanhar de um pires de caracóis e uma mini geladinha, nas suas discussões, na Assembleia da Republica.

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