Saudades

Tenho saudades vossas.

De vos passar o dedo pela pele dourada, húmida e quente. Quase se desfazem com o toque. Adoro senti-las a desfazerem-se na ponta dos dedos.

De vos por na boca com todo o cuidado, nem é necessário usar os dentes. Só de vos apertar com os lábios e a língua desfazem-se. O suco saboroso escorre-me pelo queixo. O excesso de pele e pequenos ciscos não desejados cospem-se delicadamente para o lado.

Guarnecer bem a nossa relação ajuda a quebrar a rotina não enjoar e a que os nossos corpos quentes deslizem melhor.

Durante o ato absolutamente sobrenatural, lambem-se os dedos deixando transparecer o desejo de continuar.

Na nossa relação não se aplica o proverbio de 2 é bom e 3 é demais. Quantidade aqui é importante. O tamanho também importa, sabem que gosto de vocês pequenas. As gordinhas para mim são as melhores.

Talvez seja tão bom por não ser sempre.

Só se pára quando já não se tem força para continuar. Dura até à exaustão e normalmente termina com uma boa sesta.

Paradoxo do efeito feriado

Ao mesmo tempo consigo ter duas sensações contrárias.

Por um lado estou feliz porque hoje é 6ª feira, por outro triste e com a sensação que é 2ª feira. Os feriados no meio da semana deixam sempre uma sensação de alivio e de 6ª feira no dia anterior e uma sensação de pesar e que é 2ª feira no dia seguinte.

Fica-nos o consolo que hoje realmente é 6ª feira.
Para a semana temos outro!

ESTE É PARA TI

Bolas para a bola.

Quando era puto nunca gostei muito de bola (como se diz na minha terra), sempre preferi namorar. Nesta altura não compreendia qual o prazer de correr atrás de uma bola. Preferia correr atrás das miúdas (também não era necessário…). Uma vez enchi-me de coragem e resolvi correr atrás de uma bola com um monte de marmanjos e o resultado foi uma valente canelada. Esta experiência levou-me a concluir que antes as miúdas, até me dão carinho e beijocas.

Até hoje embora as razões sejam diferentes, continuo a preferir miúdas.

Com esta onda de seleção e europeu de futebol, somos bombardeados com todo o tipo de informação inútil e supérflua. Quero lá saber o que cada um veste, come, que música ouve, em que carro anda, etc. A informação é de fraca qualidade e feita para ter audiências. O pior é que resulta. O que interessa o dia do roupeiro da seleção?

-A mim nada.

Não me venham com histórias que para estar concentrados e produzirem têm que estar instalados em hotéis com todas as mordomias a levar massagens e a comer do bom e do melhor. Nestes ditos estágios só não se pode beber e foder.

-Para mim já perdeu a graça.

Não falando das publicidades que fazem a empresas muitas delas estatais com lucros de milhões. Havia necessidade?

-Julgo que não.

Em relação aos ordenados e prémios que têm por a carreira durar menos que o habitual. Deixem-me lembrar que tal acontece em quase todos os desportos, moda, …Todos nós perdemos um pouco de qualidade de vida ao nível físico com o passar dos anos. O que dizer de pescadores, pedreiros, agricultores,…Não são trabalhos duros?

-Claro que são. Nem ordenado fixo têm. Dependem das condições climatéricas, do que produzem,…

Tinha muito mais a dizer em relação a tudo o que envolve a seleção e que não compreendo. Exemplos: cromos e cadernetas, empresários e gestores de carreiras, bandeiras nas janelas e carros, receção pelo Presidente da República, seções de autógrafos, mobilização nas redes sociais, infelizes que têm filhos órfãos de mãe outros que são roubados em bairros carenciados (coitadinhos),…. Mas seguramente tinha meses de escrita pela frente.

Por tudo isto não perco tempo com futebóis. Sabem porquê? Não sabem. Então eu explico mais uma vez.

-é só fama

-muita vaidade

-envolve milhões desnecessariamente

-não produz

-quanto custa dos nossos impostos?

-qual é a instituição de caridade que beneficia com estes jogos?

-temos uma grande equipa mas é de vaidosos com penteados da moda

-nada justifica o dinheiro que recebem

-quem trabalha para eles comerem não ganha para as despesas

-de certeza se virem um desgraçado poucos são capazes de lhe dar a mão

Sabem porque tudo isto é possível? Não. Mais uma vez eu explico.

Pela mesma razão que existem prostitutas (não falo de quem o faz para colocar comida na boca dos filhos). Sabem qual é? Não. Eu explico.

-Porque se continua a ver e encher estádios. No caso das prostitutas, só existem porque os homens lá vão. É exatamente a mesma coisa.

Resta-me salvaguardar que como em tudo também à exceções. Temos casos de jugadores de futebol que merecem realmente o nosso respeito.

Façam como eu. Deem uma boas quecas e deixem-se de vaidades e gastar o dinheiro dos outros. Amem o próximo. Ajudem quem precisa.

A mentira terá mesmo a perna curta?

Não é que estivesse ou esteja a ver a situação negra neste sentido mas ainda bem que hoje recebi boas noticias.

Às vezes é bom por a mão na consciência e ainda bem que o fizeram. Não me sinto nem mais nem menos que ninguém. Não recorro a desonestidades e mentiras para conseguir o que pretendo. Só espero que a justiça realmente faça o que deve ser feito em relação aos mentirosos. Para quem desistiu a tempo fica uma palavra de gratidão e grande apreço pelas pessoas que são. Nestes casos posso dizer que desejo tudo de bom, tal como desejo para mim e para os meus. Para quem prefere continuar com a mentira, desejo tudo de bom mas espero sinceramente que não se dê mal.

A mentira nestes casos terá mesmo a perna curta? Mesmo manca, vai conseguir o que pretende? Eu não corria o risco.

A famosa caracolada.

São várias as opiniões em relação a este petisco. De uma coisa estou certo ou se gosta ou nunca se provou. Fazendo a analogia entre a caracolada e a politica diria que ou somos de extrema esquerda ou extrema direita. Os de centro não existem na caracolada. Na caracolada não há lugar a indecisões, abstenções ou votos nulos. Com o pires á frente ou se come ou se fica a olhar com ar enojado enquanto os do outro extremo gozam de uma felicidade quase inexplicável.

Aos que nunca provaram resta-me agradecer e deixar o seguinte desabafo.

-Mais fica.

 Dentro dos que gostam. Temos várias classes. Vou descrever apenas uma, a dos lambuzados, todas as outras derivam desta. Não merecem referência neste blog.

 A original classe dos lambuzados. Aquela em que se recusam a usar o maravilhoso palito para retirar o animal da casca. Chupam diretamente da casca, o molho vai escorrendo pelo queixo e pelas mãos, até chegar ao cotovelo onde é parado pela toalha de papel já desfeita de tanta bodeguice.  Dentro dos lambuzados que chupam o caracol diretamente da casca ainda temos os que apesar de todo o rasto de destruição que deixam à sua volta ainda tentam manter o nível e chupar com alguma elegância e sem barulho. De salientar que o verdadeiro lambuzado chupa com barulho que se deve fazer ouvir em todo o estabelecimento. Em relação à bodeguice esta para ser original não se deve ficar pela sua mesa mas deve incomodar quem está nas mesas ao lado.

Para acompanhar este petisco não são aceites águas, refrigerantes, bebidas compostas elaboradas, cocktails com ou sem álcool … mas sim cerveja. Seja ela branca, preta, de pressão traçada com gasosa…, ao gosto de cada um. Nestes casos sempre que possível esta deve ser bebida diretamente pela garrafa.

Não me enquadro nesta classe de comedores de caracolada, mas dentro de uma derivada dos lambuzados tenho enorme prazer em partilhar este petisco com amigos ou família. Quebra qualquer laço mais formal. Resta-me sugerir à nossa classe politica que se façam acompanhar de um pires de caracóis e uma mini geladinha, nas suas discussões, na Assembleia da Republica.

2ª feira trabalhosa

Para sair de casa à 2ª feira é sempre a mesma história. Já estou todo ‘’roto’’, ainda o dia mal começou. Mas valeu o sacrifício, o resultado final até não foi mau. Logo mais um jeitinho, amanhã outro, no outro dia mais um encosto … vai indo…