terça-feira, 3 de julho de 2012

O ultimo suspiro.


Pois é, até podia escrever um post sobre o ultimo suspiro que se comeu lá em casa, mas não. O ultimo suspiro infelizmente é outro. Este nada doce.
Como já referi várias vezes, trabalho numa loja num pequeno centro comercial, julgo que tem cerca de 40 lojas. Estre elas temos 2 cafés/restaurantes, que por sinal estão de frente para a loja onde trabalho. Destas lojas metade estão fechadas, não têm ninguém a explorar o negócio. Da outra metade os proprietários do negócio já não conseguem cumprir horários, abrem e fecham da forma que lhes dá mais jeito de acordo com os seus afazeres. Das pessoas que cá trabalham para além dos proprietários das lojas só umas 3 é que têm empregados, as outras tiveram de se adaptar a crise. A forma que os proprietários das lojas tiveram de continuar a por comida na mesa das suas casas, foi despedir os funcionários e assumirem eles 2 turnos de trabalho diário, sem folgas ou férias. É o derradeiro esforço e o desespero de salvarem as suas vidas.

Com o fecho de um destes cafés, parece que trabalho num centro comercial fantasma. Não é que tivesse muito movimento. Um café chega para os clientes que temos no Centro Comercial. A questão é que se já havia pouco movimento agora não há nenhum. Nem barulho, nem a animação das velhotas à tarde a ver fotos dos netos e a tomar chá, nem a alegria da Sra que vende na praça mas vinha sempre tomar um cafezinho, nem o casal de cadeira de rodas que aproveitava para sair à rua e vinha até aqui, (sempre é abrigado e tem bom ambiente),…arrisco a dizer que até tenho medo de trabalhar num sitio destes.
Agora com 6 mesas no hall do centro comercial apenas uma está ocupada por um fulano de leste a cheirar a álcool e a beber bagaço pela garrafa, de salientar que são 10h30.

Julgo que em pequena escala este é o estado do nosso país que insiste em colocar nos ombros de quem trabalha, ou tenta, a responsabilidade de décadas de má gestão e medidas pouco ortodoxas, tomadas por corruptos.

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