Pois é, até podia escrever um post
sobre o ultimo suspiro que se comeu lá em casa, mas não. O ultimo suspiro
infelizmente é outro. Este nada doce.
Como já referi várias vezes,
trabalho numa loja num pequeno centro comercial, julgo que tem cerca de 40
lojas. Estre elas temos 2 cafés/restaurantes, que por sinal estão de frente
para a loja onde trabalho. Destas lojas metade estão fechadas, não têm ninguém a
explorar o negócio. Da outra metade os proprietários do negócio já não conseguem
cumprir horários, abrem e fecham da forma que lhes dá mais jeito de acordo com
os seus afazeres. Das pessoas que cá trabalham para além dos proprietários das
lojas só umas 3 é que têm empregados, as outras tiveram de se adaptar a crise.
A forma que os proprietários das lojas tiveram de continuar a por comida na
mesa das suas casas, foi despedir os funcionários e assumirem eles 2 turnos de trabalho
diário, sem folgas ou férias. É o derradeiro esforço e o desespero de salvarem
as suas vidas.
Com o fecho de um destes cafés,
parece que trabalho num centro comercial fantasma. Não é que
tivesse muito movimento. Um café chega para os clientes
que temos no Centro Comercial. A questão é que se já havia pouco movimento
agora não há nenhum. Nem barulho, nem a animação das velhotas à tarde a ver
fotos dos netos e a tomar chá, nem a alegria da Sra que vende na praça mas vinha
sempre tomar um cafezinho, nem o casal de cadeira de rodas que aproveitava para
sair à rua e vinha até aqui, (sempre é abrigado e tem bom ambiente),…arrisco a
dizer que até tenho medo de trabalhar num sitio destes.
Agora com 6 mesas no hall do
centro comercial apenas uma está ocupada por um fulano de leste a cheirar a
álcool e a beber bagaço pela garrafa, de salientar que são 10h30.
Julgo que em pequena escala este
é o estado do nosso país que insiste em colocar nos ombros de quem trabalha, ou
tenta, a responsabilidade de décadas de má gestão e medidas pouco ortodoxas,
tomadas por corruptos.
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